Davide Moura é o único dos 20 atletas que estão no estágio de arranque de época da Selecção Nacional de Futsal, que está a decorrer em Carcavelos, que nunca foi internacional.
Satisfeito com o voto de confiança do Seleccionador Nacional, Jorge Braz, o jogador do Boticas alimenta o sonho de iniciar uma carreira sustentada na Selecção Nacional, mas mantém os pés no chão. Para já, apenas quer mostrar trabalho e qualidade, na esperança de poder integrar o lote de convocados para o Grand Prix, torneio internacional que juntará no Brasil, entre 15 e 25 de Outubro, algumas das mais conceituadas selecções do Mundo.
fpf.pt: Como recebeu a convocatória para este estágio de preparação?
Davide: Sinceramente, não estava à espera, apesar do último e único estágio que fiz na Selecção [29 de Março a 1 de Abril, no Luso] ter corrido muito bem. Sabia que ia ter lugar este momento de preparação, tendo em vista o Grand Prix e, a mais longo prazo, o apuramento para o Europeu da Croácia, em 2012, e não pensei que pudesse estar entre os eleitos, pois acreditava que estariam aqui os jogadores mais experientes. Foi, no fundo, uma surpresa muito boa.
fpf.pt:A presença regular na Selecção é um dos objectivos que tem para a sua carreira?
Davide: Sim, sem dúvida. Quando, como eu, se chega à primeira divisão e se consegue afirmar numa equipa deste escalão há sempre o sonho de representar o País e vestir a camisola da Selecção Nacional. Estou no meu segundo estágio e o que mais desejo é, um dia, poder representar a nossa Selecção num jogo oficial. Quando se está num clube mais modesto e sem grandes horizontes de ganhar títulos, é sempre importante sentir que os responsáveis técnicos da Federação estão atentos ao trabalho que se faz nessas equipas de menor dimensão mediática. E só o facto de ver que isso está a acontecer representa um acréscimo motivacional muito importante, não só para mim, como para muitos outros jogadores portugueses que se encontram em circunstância idênticas.
fpf.pt:Acredita que pode ser chamado para o Grand Prix?
Davide: Estou a trabalhar para ganhar o meu espaço na Selecção. Seria uma recompensa extraordinária e um momento muito importante na minha carreira.
fpf.pt: Como é que se caracteriza como jogador?
Davide: Sou um jogador evoluído nos aspectos tácticos – para o que contribuiu muito a minha passagem por Espanha –, finalizo com ambos os pés, possuo um remate forte e procuro apresentar um forte sentido de entreajuda com os meus colegas no plano defensivo. Tento aproveitar estas chamadas à Selecção para me aperfeiçoar mais como jogador, corrigindo e limando alguns aspectos que não estejam tão bem quanto desejaria e, também por isso, a minha presença neste estágio é importante.
fpf.pt: Como tem sido a sua carreira no Futsal?
Davide: Comecei a jogar Futsal com 15 anos, no clube da minha terra, o Boticas. Acompanhei este clube na sua ascensão competitiva, desde as provas distritais, da Associação de Futebol de Vila Real, até à segunda divisão nacional. Estive em Boticas durante cinco temporadas e meia. Em Dezembro de 2005, fui transferido para o Sporting de Braga que, à época, militava no escalão principal, e onde vivi um ano muito bom e enriquecedor, apesar da descida de divisão, mas tendo como ponto alto a disputa da final da Taça de Portugal, diante do Benfica. No final dessa época, fui para Espanha, para o Ourense, onde estive duas temporadas, durante as quais aprendi muito. Encontrei um Futsal diferente daquele a que estava habituado, mais rigoroso a nível táctico e mais exigente fisicamente. Infelizmente, a crise bateu à porta do Ourense, que desistiu das competições de seniores, e recebi um convite para regressar às origens, ao Boticas, que pela primeira vez disputava a primeira divisão nacional, onde se mantém desde a última temporada.
fonte:fpf.pt
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